segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

19º Dia - 09/01/09 - Diário do Piloto = A ruta dos 7 lagos Argentinos

Estávamos bem instalados na cabana. Aconchegante, porém teríamos que providenciar o desayuno. Toda infra-estrutura existia: geladeira, fogão, etc, etc. Afinal a casa já havia sido moradia do dono da hosteria. Também era dia de resolvermos outras situações domésticas, como mandar lavar nossas roupas (segundas peles e outras) e comprar alguns mantimentos no mercado local. Toda esta função fez com que saíssemos em direção a ruta dos 7 lagos somente ao meio-dia. A ruta dos 7 lagos liga Villa La Angostura a San Martín de Los Andes e corta dois parques ao meio. São 137 quilômetros onde em seu trajeto podemos visualizar as maravilhosas paisagens, verdadeiras telas de pintura. Porém 45 km da ruta são de rípio e com tráfego intenso. Este trecho está muito ruim. Ainda bem que compactado e sem os pedregulhos característicos de outras estradas ripíadas, como a famigerada ruta 40. Porém comemos muito pó. Muitos carros cruzando e levantando poeira. Não fosse este detalhe o passeio teria sido um prazer total. Mesmo com o pó curtimos, afinal estamos vivendo uma experiência única. Chegando a San Martín de Los Andes a grande surpresa para mim: Uma cidade linda, organizada, com suas residências com materiais da região (pedra e madeira), lembrando muito uma cidade européia. Muito mais bonita que Villa La Angostura, que, aliás, embora sem dúvida bonita, não foi um lugar que curtimos. Explico: É sim um point, como Bariloche, turístico e com grande afluxo de turistas. Isto fez com que a cidade perdesse sua autenticidade, fazendo com que suas residências, comércios e construções em geral fossem feitos para inglês ver. Eu já prefiro uma cidade autêntica, que mantêm verdadeiramente suas tradições e autenticidade. San Martín de Los Andes me pareceu uma destas cidades. De colonização predominantemente Alemã e Inglesa, soube manter suas características originais e se desenvolve dentro deste padrão. Em San Martín aproveitei para comprar um calçado novo para a Catarina. Precisei trocar o pneu traseiro, pois com o peso que carrega seu desgaste foi maior e antecipou em 3.000 km em relação ao que deveria ser o normal (troquei com 9.300 km, quando a média são 12000 km. Comprei um pneu bom e muito mais barato que no Brasil). Enquanto o pneu era trocado fomos passear na agradabilíssima San Martín. Ao chegar a praça central um ônibus de dois andares (igual ao ônibus inglês) estava prestes a partir para uma city tour de 1h30min, exatamente o tempo que aguardaríamos para a troca do pneu. Embarcarmos e pudemos com a locução de uma guia local conhecer todos os recantos desta cidade que mereceria dois ou três dias de permanência. Saímos de San Martín as 20h30min, ainda claro, porém tínhamos 137 quilômetros para fazer até Villa La Angostura, sendo 45 de rípio, onde a velocidade necessariamente precisa ser baixa (muitas curvas no caminho). Iniciamos o retorno e para o nosso azar fomos barrados em duas ocasiões, uma pela guarda nacional e outra pela polícia federal (aqui a primeira vez que nos pediram para mostrar o seguro carta-verde). Tudo em ordem, porém por menor que tenha sido o tempo parado, já nos atrapalhou um pouco. Ingressamos no parque e a noite se avizinhava. Na metade do percurso já no rípio, escuridão total. Seguimos com todo o cuidado, mas novamente a sensação de nunca chegar foi constante. Além disto, tínhamos que chegar a tempo de retirar as roupas da lavanderia. Chegamos a Villa La Angostura em cima do laço. O dia foi interessante, o parque é lindo, as paisagens são deslumbrantes. O que tirou o brilho completo foi sem dúvida a estrada. No dia seguinte ingressaremos no Chile, iniciando a última etapa de nossa viagem. Lá queremos conhecer os vulcões chilenos, olhar o pacífico e tentar tomar banho em alguma piscina termal, com água aquecida dos vulcões e após retornar a Argentina, atravessando o túnel Las Raices.

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