terça-feira, 30 de dezembro de 2008

7° dia - 28/12/08 - Diário do Piloto = O monumento a "Facon Grande".

Acordamos cedo, fizemos o desyuno (cafe da manha), que diga-se de passagem, quem vier para estas bandas nao crie expectativas = e muito ruim. As pessoas acostumadas com os cafes de qualquer hotel mais ou menos no Brasil, com frutas e uma variedade interessante de opcoes, deve se preparar para encontrar aqui somente alguns paes torrados, potezinhos de geleia e manteiga, cafe com leite e bom apetite. Enfim, é o sistema e a cultura deles aqui. Pegamos a estrada em direcao a Caleta Olivia. Sao 60 km que costeam o atlantico. Muito lindo. A ruta 3 vai margeando as falésias e o visual é fantástico, tendo por companhia os descampados patagonicos. A propósito da Patagonia, vale algumas iunfiormacoes. Geograficamente a Patagonia apresenta duas áreas bastante distintas: a Patagonia Atlantica e a Patagonia Andina. A Patagonia Atlantica pode ser subdividida em outras duas: continental e litoranea. A primeira caracteriza-se por uma área de vegetacao rasteira, desértica, com uma imagem desoladora, sem nada, deserta, plana, mas ao mesmo tempo fascinante. A ruta 3 segue nela por kilometros no meio do mais absoluta ausencia do ser humano. Mas, como disse é fascinante, gigante. Interessante ver como seres vivos vivem nesta regiao inóspita. A porcao litoranea da patagonia é riquissima em fauna, como pinguins, baleias, leoes e lobos marinhos, sendo considerada uma das maiores concentracoes de animais marinhos do planeta. Ja a Patagonia Andina, trajeto de nosso retorno (onde passaremos pela Parque Torres del Paine, Glaciar Perito Moreno e regiao dos lagos argentinos e lagos e vulcoes chilenos) é outro cenário completamente diferente. Dominada pela cordilheira dos Andes, o cenário apresenta mentanhas com picos eternamente nevados, regioes florestais, geleiras e lagos que parecem formar telas de pintura. Estamos agora passando pela patagonia Continental e eventualmente pela patagonia litoranea. O Trecho que iniciamos neste dia é o mais longo de toda a viagem, pois queremos alcancar Rio Gallegos a última cidade antes da travessia a grande ilha da Terra do Fogo. No dia anterior ao chegarmos em Comodoro, já necessitamos sacar a forracoes de nossas roupas. Hoje nao pudemos iniciar a viagem sem estarmos muito bem agasalhados. A partir de Comodoro a frio passou a nos acompanhar. Necessário também foi paradas em todos os poucos postos de abastecimento, uma vez que a autonomia de uma motocicletaé muito baixa (para nós com vento no máximo 250 km). Para prevenir, levamos 5 litros de gasolina em uma galao. No decorrer da viagem, que embora longo, foi muito gostosa, o vento passou a ganhar forca. Aqui o vento, a medida que o calor amumenta, também sobe de intensidade. Próximo de Rio Gallegos, passou a soprar com mais intensidade. O vento por estas bandas é o grande adversário dos motociclistas. Conforme sua intensidade, joga a moto de um lado ao outro, e precisamos de muitíssima atencao para nao nos perdermos, ou caindo na pista contrária ou indo para o acostamento. Finalmente chegamos a Rio Gallegos com o ponteiro da reserva buscando combustível nao sei onde. Iniciamos a procura de hotel. Encontramos o Covadonga, antigo, mas o atendimento muito bom e quartos embora simples, limpos, aquecidos em com banhos quentes. Jantamos em um café e fomos descansar, pois no dia seguinte, a trvessia e um longo trecho de rípio nos aguardava. Fui dormir muito preocupado, pois o rípio, com o vento sao ingredientes explosivos para motociclistas. Para finalizar andamos neste dia, 780 km. O trecho inicial na minha opiniao nos apresentou a regiao mais inóspita e desértica da Patagonia. Ao nos aproximarmos de Rio Gallegos inicia-se uma nova mudanca de paisagens com o verde e algumas flores no acostamento comecando a aparecer. Muito bacana. Importante dizer que notei distincoes de clima, temperatura, geografia e visual muito definidas no caminho. Também no caminho nao pude deixar de dar uma parada e fotogradar uma pequena estátua a um líder de trabalhadores rurais da regiao (chamado Facon Grande), colocada na rótula de acesso a pequena cidade de Jaramillo (também dá acesso ao Porto Deseado). Fiz questao de fotograr junto a ele pelo seguinte: Nos preparativos da viagem, em determinado dia, percorri toda a Ruta 03 pelo Google Earth e vários dos locais que hoje estamos passando visualizei no google. Este me chamou atencao: estava muito nítido e as fotografias que o acompanhavam dava uma nocao da regiao. Fiquei com esta imagem, com esta rótula na cabeca (nao gravei a cidade, ams fiquei pensando por diversas vezes se já havia ou nao passado por ela). Na época ficava pensando o quanto longe estava este local e o quanto diferente era. E agora estava ali. Nao pude deixar, emocionado de fotografar este monumento. Estava ali, no local que meses antes estive de forma virtual. Muito interessante e louco este mundo. Foi um momento bacana de nosso trajeto.

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