terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Notas do Piloto - Chegamos a Ushuaia

Chegamos finalmente a Ushuaia, a cidade mais austral (ao sul) do planeta. Ainda existem 30 km transitáveis com veículos para que a Ruta 03 finalize. Ao percorrer estes 30 últimos kilometros cumpriremos com nosso objetivo simbólico de percorrer toda a ruta 03. Chegar a Ushuaia foi o máximo. Confesso que já na cidade de Rio Grande, a ultima antes de Ushuaia (200 km antes) a emoção já tomava conta de mim. Por diversas vezes nestes 200 km finais segurei as lágrimas que teimavam em cair. E realmente emocionante alncancar um objetivo a muito tempo acalentado. Amanha estaremos conhecendo as belezas e os locais interessantes de Ushuaia, porem adianto que os 100 km finais, anteriores a cidade de Ushuaia são arrebatadores. Visualizar onde termina a cordilheira dos Andes, com seus picos nevados e uma visão de outro mundo. Visualizar o lago Fagano, com suas águas verdes, emolduradas por um floresta de árvores com troncos lenhosos e contorcidos, cobertos de verde e fantástico. Enfim chegamos ao fim do Mundo. Chegamos ao Canal Beagle. A nossa aventura ainda não terminou. Veremos muitas outras criacoes lindas ainda. Mas se me perguntarem como e a sensação de alcançar um objetivo, sem duvida responderei: E otimo, fantástico, indiscritivel, porem, melhor do que o objetivo e o caminho percorrido.

Fotos do 5º, 6º e 7º dia viagem

Museu Paleontológico em Trelew.

Fósseis encontrados na Patagônia.

Incrivel, vale a pena a visita.

Crânio de um Tiranossaurorex.

Linda imagem do pôr do sol na Ruta 3.

O Rípio: a antipatia foi mútua.

É necessário em alguns trechos levar "nafta".

O guanaco: quase nos atropelou.

Pinguins na sombra da passarela.

Contemplação.

Muitos e muitos pinguins.

A natureza em seu estado legítimo.

Posudo.

Várias famílias, vários ninhos...

É necessário respeitar os limites dos caminhos do parque.

descanso.

Os amigos catarinenses que conhecemos e que nos acompanharam até Comodoro Rivadávia.

Paisagens da Patagônia continental.

Mais adesivos.

O Rei vento.

A partir daqui as forrações e muita roupa foi necessário.

Descanso antes de Comodoro.

Brinde após um dia cheio de emoções.

O desayuno (muito pobrezinho).

A cidade de Comodoro Rivadávia: capital do petróleo na Argentina.

O Deserto na sua plenitude.

O Caminho para Caleta Olívia = lindo.

Ruta 03 para Caleta Olívia.

A polícia Caminera (a primeira vez que fomos parados).

Queriam prender a Adelaide... Já pensou Dna Normélia!!!

O Atlântico: já muito frio.

O deserto, mas muito frio.

Ruta 03 e suas diversas paisagens.

Paisagens fantásticas.

O deserto: aridez constante e interminável.
Homenagem aos perfuradores de poços de petróleo em Caleta Olivia.

A Ruta 03: retas intermináveis.

marcando sempre a passagem.

Perfuração de poços de petróleo.

Os amigos paulistas que conhecemos: também indo para Ushuaia.

O Facon Grande: o vi pela primeira vez pelo Google Earth: que emoção...

8º dia - 29/12/2008 - Diário do Piloto = O Reinado do Vento

Acordamos, 7:30 hs da manha, um pouco tarde, dado os objetivos do dia: atravessarmos 4 aduanas e atravessarmos o estreito de Magalhaes. 4 aduanas, pois para chegarmos a Terra do Fogo temos que sair da argentina (primeira), entrarmos no Chile (segunda), em San Sebastian sairmos do Chile (terceira) e logo depois novamente entrarmos na Argentina (quarta). Além disto temos que atravessar o estreito de Magalhaes com um Ferry (balsa) e após enfretarmos 140 kiliometros de rípio. O dia prometia. Logo na saída de Rio Gallegos, pegando a Ruta 3 o vento, que nesta regiao é o grande Rei, já comecou a mostrar que acordou de mau humor. Nao tem aqui nesta regiao quem mande mais do que o vento. É ele o senhor de tudo e de todos por aqui. Logo na saída de Rio Gallegos um pequena desviada da Ruta (4 kilometros aproximadamente) para vermos a Laguna Azul, um vulcao, no meio destas planices já desativado, que no seu miolo formou uma linda lagoa azul esverdeada. Valeu a parada. Lá em cima (nao é muito alto, embora no seu interior a altura chegue a 70 metros) a forca do vento nos desequilibrava. Tiramos algumas fotos e continuamos a viagem. Primeira Aduana lotada de gente. Os tramites de saida de um pais sao mais rápidos, embora pela quantidade de pessoas fez que com se alongasse. O vento já demonstrando sua forca e aumentando a medida que o dia avancava. Lá encontramos os Paulistas motociclistas que conhecemos no dia anterior. Já estavam finalizando. Boa vantagem em relacao a nós, que mal iniciavámos a papelada. Lá também conhecemos rápidamente um casal de mexicanos de motocicleta, que já viaja a 4 meses e estao vindo da cidade do México. Isto sim que é aventura (um dia também faremos uma parecida até o Alasca). Na Aduana Chilena, a mesma coisa: muita gente, muito vento e muita demora. Enfim estávamos preparados e com o saco de paciencia cheio. Sabíamos por outros relatos que nas fronteiras o processo é moroso e precisamos ter paciencia. Um absurdo para um bloco economico que se diz integrado. Mais absurdo ainda para esta regiao, cujo pais da Argentina é separado pelo chile e os moradores da Terra do Fogo para acessarem o restante do pais precisam passar por estas quatro fronteiras. Realmente uma falta de inteligencia. Terminada a papelada, sempre tarefa da Adelaide que tem mais paciencia e é sempre cordial e simpática com todos (Eu já tenho e uma certa dificuldade de aceitar esta morosidade toda e prefiro, portanto nao atrapalhar). Seguimos viagem agora já no Chile pela Ruta 9. Bom pessoal, já falei muito do vento, que ele é forte, que nao havia ainda visto, que isto, que aquilo. Mas a apartir deste trecho, sem dúvida tudo que o que já havia passado em relacao a forca dos ventos esquecam e multipliquem por sei lá quantas vezes. Muito, mas muito vento. Muito e muito forte. O vento aje de forma constante, fazendo com que tenhamos que andar nao mais que 60 em na melhor das hipóteses a 80 km por hora em uma inclinacao que beira os 45 graus, sempre. Tensao absoluta e constante. Para piorar, o safado, volta em meia dá umas chicotadas para nos desequilibrar. Parece que entramos em uma centrífuga. Também insiste em nos jogar para fora da estrada ou contra a pista contrária, contra os veículos em sentido contrário. É uma forca incrivel e constante, que me parece, estava neste dia mais mal humorado. Após 30 km visualizamos pela primeira vez o estreito de Magalhaes, descoberto pelo navegador portugues Fernao de Magalhaes em 1536. Esta era sua intencao: descobrir uma alternativa para chegar ao pacífico. Sua aventura foi contada por Pingafetta (italiano) e nos dá uma nocao de como era esta terra quando magalhaes aqui aportou. Esta viagem, onde se descobriu o estreito, é a primeira viagem de circunavegacao ao redor do mundo. Uma grande aventura, que vale a pena ser lida e estudada. Chegando no Estreito em Punta Delgada, a Adelaide saiu da moto para procurar informacao do funcionamento, afinal, nunca tinhamos estado ali. Onde comprarmos as passagens, como fazer, enfim... Enquanto a Adelaide vai atrás destas informacoes, eu saí da moto e ao sair, fico por um segundo de costas para ela e buum: a moto foi derrubada pelo vento, imaginem voces, contra o sua alavanca de apoio. Resultado. Metade do manete de embreagem quebrado (sorte, pois se quebrasse todo o manete teria dificuldades, pois antes de substituí-lo nao teria como continuar = aqui um aprendizado que negligenciei = levar manetes reservas. Nao havia levado = quem fará este tipo de viagem precisa levar, pois situacoes como esta podem acontecer enao sao tao incomuns). Erguemos com a ajuda de uma pessoa, com muita dificuldade a moto, e recuperado do susto procurei um local, mais abrigado (o que é dificil nesta regiao descampada) para protegermo-nos do vento. Consegui ao lado da parede de um pequeno restaurante onde um caminhao já estava estacionado: protegeu bem e nos deu maior tranquilidade. Foi difícil a partir daí nos desgrudarmos da moto. Ou eu ou a Adelaide sempre de prontidao para segurá-la em caso de tentativa de derrubada por parte do vento (este safado...). Fui ver a situacao do canal. lá longe via os Ferry com muita dificuldade tentando atravessá-lo. Mas a visao era assustadora. Ondas enormes, criadas pela ventania, fazia a aguá respingar para todo lado. Visao preocupante. Pensei: será normal esta situacao? Vai ver é e o pessoal daqui já se acostumou. Enfim. Quando os Ferry chegaram observei o desembarque dos veículos. De arrepiar a espinha. A barca jogando de um lado a outro e os carros tentando descer. No final um onibus e um carro estao para descer e na hora que o carro comeca a descida a barca se despreende da rampa. Horrível. Pensei que ali se daria um sério acidente, pois cair naquele canal turbulento e gelado é morte certa. A barca com muita dificuldade depois de arrastada para longe consegue novamente atracar na rampa e entao os manobradores pedem para de forma muito rápida que o carro e o onibus descam. Bom fiquei pensando, como seria para mim subir na barca nestas condicoes. Logo recebemos o comunicado que as travessias estavam suspensas pela marinha, que é o órgao que controla e nos informaram, vejam só, que os ventos chegavam a 120 km/h. É vento a dar com pau. Para terem idéia. mal conseguiamos nos movimentar. Resumo da ópera: Esperamos das 14:00 hs as 20:00, até o tempo acalmar. Recebemos com tranquilidade a adversidade, pois certamente o quarto membro da equipe providenciou a suspensao da travessia por algum motivo, mas com certeza, vizando nossa seguranca, pois se atravessassemos teríamos que enfrentar o rípio com este vento. Ficamos sabendo mais tarde que os amigos de santa catarina que encontramos em Punta Tombo, que haviam conseguido atravessar cairam no rípio, tal a forca do vento. Atravessamos, já com o vento bem mais calmo e paramos em Cerro Sombrero. A intencao era abastecer e resolver se seguíriamos viagem por mais 140 km de rípio. Adivinhem se o posto de cerro sombrero nao estava fechado. Com a mais absoluta certeza. Resolvemos ficar em uma hosteria. Mais um casal, ele fraces, ela Ucraniana, também de moto (estao na estrada a 5 meses e inciaram sua viagem no Canadá), que nos fizeram companhia no estreito também por lá ficaram. Dia movimentado, mas estávamos mesmo assim felizes. Faltava apenas um dia para chegarmos a terra do fim do mundo. Havia ainda o rípio, mas esta é outra história.
P.S: desculpem eventuais erros ortográficos: sao decorrentes da pressa e da dificuldade com os teclados daqui. Importante que entandam o sentido e o teor dos relatos.
P.S 2: Continuem nos acompanhando. Assim que conseguirmos uma internet com mairo velocidade postaremos as fotos. Sao interessantíssimas.

7° dia - 28/12/08 - Diário do Piloto = O monumento a "Facon Grande".

Acordamos cedo, fizemos o desyuno (cafe da manha), que diga-se de passagem, quem vier para estas bandas nao crie expectativas = e muito ruim. As pessoas acostumadas com os cafes de qualquer hotel mais ou menos no Brasil, com frutas e uma variedade interessante de opcoes, deve se preparar para encontrar aqui somente alguns paes torrados, potezinhos de geleia e manteiga, cafe com leite e bom apetite. Enfim, é o sistema e a cultura deles aqui. Pegamos a estrada em direcao a Caleta Olivia. Sao 60 km que costeam o atlantico. Muito lindo. A ruta 3 vai margeando as falésias e o visual é fantástico, tendo por companhia os descampados patagonicos. A propósito da Patagonia, vale algumas iunfiormacoes. Geograficamente a Patagonia apresenta duas áreas bastante distintas: a Patagonia Atlantica e a Patagonia Andina. A Patagonia Atlantica pode ser subdividida em outras duas: continental e litoranea. A primeira caracteriza-se por uma área de vegetacao rasteira, desértica, com uma imagem desoladora, sem nada, deserta, plana, mas ao mesmo tempo fascinante. A ruta 3 segue nela por kilometros no meio do mais absoluta ausencia do ser humano. Mas, como disse é fascinante, gigante. Interessante ver como seres vivos vivem nesta regiao inóspita. A porcao litoranea da patagonia é riquissima em fauna, como pinguins, baleias, leoes e lobos marinhos, sendo considerada uma das maiores concentracoes de animais marinhos do planeta. Ja a Patagonia Andina, trajeto de nosso retorno (onde passaremos pela Parque Torres del Paine, Glaciar Perito Moreno e regiao dos lagos argentinos e lagos e vulcoes chilenos) é outro cenário completamente diferente. Dominada pela cordilheira dos Andes, o cenário apresenta mentanhas com picos eternamente nevados, regioes florestais, geleiras e lagos que parecem formar telas de pintura. Estamos agora passando pela patagonia Continental e eventualmente pela patagonia litoranea. O Trecho que iniciamos neste dia é o mais longo de toda a viagem, pois queremos alcancar Rio Gallegos a última cidade antes da travessia a grande ilha da Terra do Fogo. No dia anterior ao chegarmos em Comodoro, já necessitamos sacar a forracoes de nossas roupas. Hoje nao pudemos iniciar a viagem sem estarmos muito bem agasalhados. A partir de Comodoro a frio passou a nos acompanhar. Necessário também foi paradas em todos os poucos postos de abastecimento, uma vez que a autonomia de uma motocicletaé muito baixa (para nós com vento no máximo 250 km). Para prevenir, levamos 5 litros de gasolina em uma galao. No decorrer da viagem, que embora longo, foi muito gostosa, o vento passou a ganhar forca. Aqui o vento, a medida que o calor amumenta, também sobe de intensidade. Próximo de Rio Gallegos, passou a soprar com mais intensidade. O vento por estas bandas é o grande adversário dos motociclistas. Conforme sua intensidade, joga a moto de um lado ao outro, e precisamos de muitíssima atencao para nao nos perdermos, ou caindo na pista contrária ou indo para o acostamento. Finalmente chegamos a Rio Gallegos com o ponteiro da reserva buscando combustível nao sei onde. Iniciamos a procura de hotel. Encontramos o Covadonga, antigo, mas o atendimento muito bom e quartos embora simples, limpos, aquecidos em com banhos quentes. Jantamos em um café e fomos descansar, pois no dia seguinte, a trvessia e um longo trecho de rípio nos aguardava. Fui dormir muito preocupado, pois o rípio, com o vento sao ingredientes explosivos para motociclistas. Para finalizar andamos neste dia, 780 km. O trecho inicial na minha opiniao nos apresentou a regiao mais inóspita e desértica da Patagonia. Ao nos aproximarmos de Rio Gallegos inicia-se uma nova mudanca de paisagens com o verde e algumas flores no acostamento comecando a aparecer. Muito bacana. Importante dizer que notei distincoes de clima, temperatura, geografia e visual muito definidas no caminho. Também no caminho nao pude deixar de dar uma parada e fotogradar uma pequena estátua a um líder de trabalhadores rurais da regiao (chamado Facon Grande), colocada na rótula de acesso a pequena cidade de Jaramillo (também dá acesso ao Porto Deseado). Fiz questao de fotograr junto a ele pelo seguinte: Nos preparativos da viagem, em determinado dia, percorri toda a Ruta 03 pelo Google Earth e vários dos locais que hoje estamos passando visualizei no google. Este me chamou atencao: estava muito nítido e as fotografias que o acompanhavam dava uma nocao da regiao. Fiquei com esta imagem, com esta rótula na cabeca (nao gravei a cidade, ams fiquei pensando por diversas vezes se já havia ou nao passado por ela). Na época ficava pensando o quanto longe estava este local e o quanto diferente era. E agora estava ali. Nao pude deixar, emocionado de fotografar este monumento. Estava ali, no local que meses antes estive de forma virtual. Muito interessante e louco este mundo. Foi um momento bacana de nosso trajeto.

6° dia - 27/12/08 - Diario do Piloto = Punta Tombo a cidade dos Pinguins

Instalados em Puerto Madry, na hosteria El Refugio, apos uma "chorada" da Adelaide por desconto (esta ficando boa nisto), conversei com a proprietaria sobre a Peninsula Valdez, principalmente quanto a valer a pena a ida ate la. Ela me respondeu o seguinte: O passeio para Peninsula Valdez vale sempre a pena, a grande atracao sao as baleias, porem a temporada para visualiza-las termina em Novembro. Fora isto, se quiserem ver Pinguis, Punta Tombo ainda e melhor opcao, pois ha uma maior aglomeracao desta ave. Pensando na relacao custo beneficio (deslocamento x atracoes a serem vistas, alias, os passeios para visulizar as baleias custam em torno de $ 150,00, sem a garantia de ve-las, justamente por nao mais ser temporada), opotamos por nao ir. Teriamos que andar mais de 200 kilometros no Ripio, e ainda pelo nosso cronograma alcancar neste dia a cidade de Caleta Oliva ou no minimo Comodoro Rivadavia. Optamos por visitar a Reserva Natural Punta Tombo. Punta Tombo e a maior colonia continental de pinguins de todo o mundo, chegando a abrigar mais de 200 mil desta ave. No seu calendario no mes de setembro os bichinhos invadem a regiao para fazer seus ninhos. Em outubro as femeas chocam seus ovos e em novembro nascem os filhotes, que trocam de plumagem em marco. Em Abril tendo completado seu ciclo todos deixam a costa. Punta Tombo possui 240 hectares de area. Alem destes predicados, e alem do fato de ja termos vistos uma colonia de lobos marinhos em La loberia, Punta Tombo ficava no caminho, diferente de Peninsula Valdez, onde teriamos que retornar, e certamente nao avancariamos no nosso roteiro (peninsula ficara para uma proxima. Ja temos motivos para voltar). Saimos de Puerto Madri em direcao a Trelew e apos, seguindo pela ruta 3, 80 km depois uma rotatoria indicava a entrada para Punta Tombo. Os primeiros 20 km dos mais novo e bom asfalto, porem os 20 km finais do temido Ripio. Vamos entao a apresentacao deste tal de Ripio. Os motociclistas que ja andaram por estas bandas sabem do que estou falando, porem para os demais, assim como eu ate este dia nao tinha ideia do que significava o ripio. Nas minhas leituras sobre outras viagens por estas bandas (Chardo, Rauen, Cicero Paes e Catania) todos alertavam sobre o perigo do ripio, mas eu nao conseguia imagina-lo. Como pode uma estrada de chao batido ser assim tao perigosa. Ate o dia que fui apresentado a ele. E posso dizer que a antipatia foi mutua. Eu nao gostei do ripio e o ripio parece que nao gostou de mim, mas resolvemos tolerar a nossa convivencia. O Ripio e uma estrada de chao batido coberta de um cascalho, que no caso do acesso a Punta Tombo, e extremamente solto. Pedras aredondadas, fazem a moto dancar. A atencao e a tensao e total no caminho de ripio. A solucao e andar na trilha feita pelos pneus dos automoveis, porem em diversas ocasioes voce e obrigado a atravessar estas trilhas, ai, meu amigo, muita firmeza e destreza para nao ir ao chao. Eu, como respeitador e com a maior de todas as minhas preocupacoes, qual seja, a integridade fisica da garupa, nao dei chance para o azar. Adotei a maxima, devar e sempre e mostrando para Catarina que quem mandava ali era eu, ou seja, umas reduzidas, volta e meia para lembra-la que eu estava no comando. Chegamos a Punta Tombo e fomos entao ver os famosos pinguins de magalhaes. Logo no comeco de nossa trilha dois guanacos (me esqueci de dizer que no dia anterior vimos pela primeira vez um guanaco) cruzaram correndo pela nossa frente, quase me atropelando. A Adelaide nao viu, pois foi buscar nao lembro o que na moto. Os guanacos sao animais tipicos da regiao, parecidos com Lhamas (na verdade parecem uma cruza de canguru, veado e camelo), animais interessantissimos (apos visualizarmos os primeiros, no decorrer da viagem varios outros foram vistos). Vivem soltos, e confesso que nao entendo como sobrevivem nesta regiao inospita da patagonia. Volta e meia dao grandes saltos nas cercas da beira da estrada. Seguindo a trilha do parque, nem 20 passos dados, ja vimos o primeiro pinguim. A Adelaide comecou entao a fotografar todos que via. Disse a ela que ela ainda veria muitos pinguins. E assim ocorreu, na medida que avancavamos, muitos e muitos pinguins com seus filhotes, ficavam parados, como se fizessem pose para fotografia. Com seus ninhos embaixo dos arbustos tipicos da Patagonia, ficavam parados tomando banho de sol com suas crias ao lado. Milhares. Punta Tombo realmente vale a a visita. E um santuario. Lindo. Fotrografia alguma podera descrever o que significa este paraiso. Valeu a visita e recomendamos. Enfim trocamos o roteiro inical de visita a Penisula Valdez por Punta Tombo (esta ultima nao programada). La no parque encontramos um grupo de motociclistas de Santa Catarina. Logo nos enturmamos. Gente fina, que tambem, com suas XT 600 estavam indo para Ushuaia. Trocamos adesivos e coinsidentemente conseguimos juntos seguir viagem ate Comodoro Rivadavia (nao conseguimos chegar em Caleta Olivia). Chegando em Comodoro tivemos que sacar os foros de nossas roupas de cordura, em funcao do frio (a partir dai ate Ushuaia nao pudemos mais deixar de colocar as forracoes e muita roupa, pois o frio somente se intensificou). De Punta Tombo ate Comodoro fomos apresentados ao Vento patagonico. Muito vento e forte vento. Nao e por menos que esta regiao e inospita. Nao ha muita chance de uma maior vegetacao crescer nesta regiao em funcao do vento. Um absurdo. Tambem o vento somente sentido para saber o que siginifica. Os relatos nao conseguem dar a dimensao de sua forca. chegamos em Comodoro e procuramos um hotel. Todos caros (um absurdo). Ja era noite e por sorte um motociclista nos viu e nos guiou a uma boa opcao (se falarmos dos padroes de Comodoro Rivadavia). Comodoro tambem e uma cidade interessante, pois ao chegarmos nos deparamos, imaginem, com uma cadeia de montanhas. Ate ali somente um grande planice de arbustos. E em Comodoro morros e montanhas. Especialmente na cidade montanhas amarelas (parece areia) sem qulaquer vegetacao. Comodoro e considerada a capital do petroleo na argentina. Interessante a cidade de Comodoro, pena, nao termos tido tempo de explora-la melhor. No hotel, jantamos e desmaiamos cansados do dia cheio que tivemos. O maior fator de cansaco fisico foi pilotar no vento.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008


Amanha estaremos alcançando finalmente o Estreito de Magalhaes. Nao dormirei esta noite. Após teremos que enfrentar um longo trecho de rípio. Estou preocupado. Atualizarei o 6º, 7º e 8º dia (o 8ª será amanha = espero nao ter histório de tombo no rípio para contar. E se tiver, que nao seja grave) de Ushuaia (Vamos tentar chegar ainda amanha. Nao tenho certeza que conseguiremos) Abracao e continuem acompanhando e postando seus comentários no blog. Nós estamos adorando sua companhia. A propósito, já temos muita história para contar destes dias.

Fotos do 1º, 2º, 3º e 4° dias de viagem.

Partindo rumo ao fim do mundo.

Depois do susto, as gargalhadas.

novo visual.

Em Tacuarembó.

Entrando na Argentina.

Esperando na Aduana

Um protesto no caminho.

Finalmente a Ruta 03 (Esta nos levará ao fim do mundo).

A primeira placa que anuncia Ushuaia.

Um terço da viagem já cumprido.

Novos amigos Karine: carioca e Daniele: italiano.

O grupo de italianos. Belo espetáculo com suas potentes motocicletas. No fundo a tempestade se avizinha.

Campos de girassóis.

Os amigos Aline e José, catarinenses que passaram a ceia de Natal conosco em uma loja de conveniência.
Também vão a Ushuaia porém de carro.

Marcando presença com nosso adesivo.

A Patagônia. O que nos espera?

Gauchito Gil: Várias oferendas no deserto.

Viedma e o Rio Negro (águas da cordilheira que se findam no mar: lindo).

Uma sestiada.

Las Grutas.

Caminho para La Loberia.

Mirador na Loberia (no fundo pequenos pontos: milhares de lobos marinhos).